O estudo da cratera Gale em Marte efectuado pelo Curiosity convenceu os cientistas de que este local esteve outrora cheio de água. No entanto, surgiu automaticamente a questão – tratava-se de água corrente, líquida, ou nas condições do antigo Marte só podia existir sob a forma de gelo e neve? A resposta foi inesperadamente encontrada na Terra, na terra do gelo e dos géiseres – a Islândia.
O rover Curiosity não pode subir da cratera Gale para o alto das montanhas, para avançar ao longo dos leitos de rios antigos, por isso temos de estudar o que está por baixo – sedimentos de fundo e rochas sedimentares. No início, os cientistas ficaram perplexos, porque a erosão dos fragmentos de rocha é pouco pronunciada e os sedimentos estão cheios de pequenas fracções e minerais que a água deveria ter levado há muito tempo. No entanto, isso não aconteceu, o que sugere que, se Marte teve rios borbulhantes, foi apenas durante uma pequena parte do ano. Tudo aponta para baixas temperaturas planetárias, à beira de congelar a água.